A história do Design gráfico, enquanto área do conhecimento que investiga a evolução do Design gráfico, existe mesmo muito antes de haver uma palavra para Design. A crença de que a história e a crítica do Design são novas áreas de investigação é um engano, segundo o historiador-designer Philip Meggs:
"a crítica de Design e a (investigação da) sua história já existe desde o século XVI".
Meggs faz parte de uma tradição recente de historiadores que concluíram que a forma como se compreende a história do Design gráfico não depende da estrutura tradicional da história da arte.
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A History Of Graphic Design - Capa do livro |
No seu livro A History of Graphic Design, Meggs dá uma introdução esclarecedora para a história do Design gráfico:
"Desde a pré-história, as pessoas têm procurado maneiras de representar visualmente ideias e conceitos, guardar conhecimento graficamente, e dar ordem e clareza à informação. Ao longo dos anos essas necessidades têm sido supridas por escribas, impressores e artistas. Não foi até 1922, quando o célebre Designer de livros William Addison Dwiggins cunhou o termo "Designer gráfico" para descrever as actividades de um indivíduo que traz ordem estrutural e forma à comunicação impressa, que uma profissão emergente recebeu um nome apropriado. No entanto, o Designer gráfico contemporâneo é herdeiro de uma ancestralidade célebre."
E tal como o conceito de Design se desenvolveu para o Design Moderno, o mesmo aconteceu no Design Gráfico, sendo que este se desenvolveu no Design Gráfico Moderno.
Desde a revolução da imprensa do século XV, uma espécie de Designer gráfico tem sido responsável pela produção em série do livro, o primeiro objecto de Design produzido em massa. Embora o paradigma da produção editorial de livros já tivesse sido determinada, foi a partir da Revolução Industrial que houve uma liberdade técnica e uma capacidade de produção de impressos nunca antes vista.
De 1892 a 1896, a Kelmscott Press de William Morris publicou os livros que são os mais importantes na área do Design gráfico e de produto do movimento Arts and Crafts. Morris provou que existia um mercado para os trabalhos de Design gráfico e foi pioneiro na separação do Design da produção e da arte. O trabalho da Kelmscott Press é caracterizado pela obsessão com estilos históricos. Este historicismo foi importante pois originou uma reacção à arte obsoleta do Design gráfico do século XIX. O trabalho de Morris, juntamente com o resto do movimento Private Press, influenciou directamente a Art Nouveau e é indirectamente responsável pelo desenvolvimento do Design gráfico no início do século XX.
O termo "Design gráfico" foi originalmente criado por William Addison Dwiggins, um Designer de livros americano no início do século XX.
O trabalho experimental de artistas do início do séc. XX teve grande importância no desenvolvimento do Design gráfico moderno. Um exemplo é o trabalho de Piet Mondrian cujas estruturas abstractas, de suas pinturas, inspiraram o sistema moderno de grids (malhas tipográficas), usado até hoje.
Na década de 1920, o construtivismo soviético aplicou a "produção intelectual" em diferentes esferas da produção. O movimento demonstrou como a arte individualista na Rússia revolucionária era inútil e mostrou o caminho em direcção à criação de objectos para usos úteis (a forma segue a função).
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Bahaus, a primeira escola de Design, localizada na Alemanha. |
Jan Tschichold escreveu um livro em 1928 chamado Nova Tipografia onde ditava os princípios da tipografia moderna. Mais tarde ele repudiou a filosofia do seu próprio livro, taxando-a de fascista, porém o mesmo continuou sendo uma forte influência. Tschichold, tipógrafos da Bauhaus como Herbert Bayer e László Moholy-Nagy, e El Lissitzky são considerados os pais do Design gráfico moderno.
Nos anos seguintes, o Design gráfico moderno ascendeu na sua aceitação e aplicação no mundo industrial. Uma economia crescente nos Estados Unidos pós-Segunda Guerra estabeleceu uma necessidade maior para o Design, principalmente através da publicidade e da embalagem. A imigração da escola alemã de Design Bauhaus para Chicago - EUA em 1937 trouxe um minimalismo produzido em massa para o país, espalhando o fogo do design e da arquitectura "moderna" no país.
Nomes notáveis no Design moderno incluem Adrian Frutiger, que desenhou os tipos Univers e Frutiger, Paul Rand, que de 1930 até sua morte em 1996 aplicou os princípios da Bauhaus na propaganda popular e no Design de logos, ajudando a criar um visual diferente do minimalismo europeu, além de se consolidar como um dos principais pioneiros do subgénero do design gráfico conhecido como identidade corporativa, Walter Gropius que fundou a Bauhaus em 1919, entre outros.